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TRÊS CONSELHOS QUE GOSTARIA DE TER RECEBIDO DOS MEUS PAIS SOBRE EMPREENDEDORISMO.


Eu não sei vocês, mas eu nunca recebi conselhos dos meus pais ou amigos mais próximos sobre empreendedorismo. Na verdade, quando resolvi aposentar minha CLT e abrir minha primeira empresa tudo o que ouvi foram inúmeras objeções. 

Seus pais não te prepararam para empreender e a escola não te ensinou que existem opções além de um bom emprego. Por isso, no imaginário comum, empreender é algo tão nefasto.
Você vai ter o “leão” como sócio; nunca vai tirar férias; vai chover ações trabalhistas. Essas, dentre outras, são frases presentes no meu dia a dia. Provavelmente, estão ou estarão presentes no seu dia a dia também, por isso aprenda a ressignificá-las.

Como ninguém me ensinou a empreender tive que jogar o jogo por conta própria. Obviamente, cometendo mais erros que acertos. Poderia ter sido pior! A minha sorte é que, como advogada, auxiliei a abertura de inúmeras empresas e presenciei o fechamento de boa parte delas, por falência.

Quando digo falência não necessariamente estou presa na definição legal. Entenda falência, nesse texto, como a perda de alguma funcionalidade, que culminou no encerramento de suas atividades.
Pude perceber um padrão. A maior parte das empresas encerram suas atividades pelos mesmos motivos. Listei três, que julgo serem os principais, por isso gostaria de ter sido alertada sobre eles quando comecei. Fica o conselho, como se fosse de pais para filhos.

1. Sua empresa não é atemporal: aprenda a se reinventar.

Quantos produtos que você consumia quando criança ou adolescente que eram ótimos mas deixaram de existir. Você acha que essas empresas sobreviveram ao tempo? O mundo evolui e as empresas precisam se reinventar.

Por isso, inovação não pode ser uma palavra distante da realidade do seu negócio!
As novas tecnologias estão ficando démodé em tempo recorde e seu cliente acompanha essas tendências. Seu produto não é atemporal, por isso aprenda a ouvir seu cliente.

Coloque-o no centro da construção do seu negócio, porque seu cliente é, sem sombra de dúvida, o maior ativo da sua empresa. Se você ainda acha que eles são chatos demais, exigentes demais, reclamam demais, experimente perdê-los.

Não estou dizendo demitir clientes, isso é libertador. Estou falando em perdê-los, por escolha exclusiva deles. Por isso aprenda a se reinventar.

2. Dinheiro não leva desaforo para casa.

Não leva mesmo! Só quem já se endividou sabe o valor desse conselho. Nós gastamos de mais. É uma realidade, não é uma suposição. Isso reflete na saúde financeira da sua empresa.
Por quê? A maioria dos empreendedores brasileiros não dissociam o CNPJ da empresa com seu próprio CPF. Colocam ambos no mesmo “balaio”, como se diz no interior de Minas Gerais.

 São documentos distintos? Tem numeração diferente? Então precisam, também, ter o financeiro separado. Pois, mantê-los em conjunto, a longo prazo, não é sustentável. E sabe quem paga o pato primeiro? O CNPJ, que por más escolhas dos gestores precisa ser sacrificado.

Além disso, você precisa de inteligência financeira para ser bem mais eficaz e, consequentemente, trazer mais resultados para o seu negócio. Quero te apresentar o conceito de MVP – Mínimo Produto Viável, muito presente nos universos das startups.

O MVP é o protótipo mais simples do seu produto ou serviço. Com ele, seu cliente consegue ter acesso à solução apresentada por sua empresa, sem desperdício de tempo, dinheiro e recursos.
Tenha essa proposta em mente na gestão diária da sua empresa. Qual é a ferramenta mais barata, simples, objetiva e econômica que permitirá alcançar os objetivos traçados.

Você não precisa da mais cara, você precisa da mais eficaz. Lembre-se, dinheiro não leva desaforo para casa.

3. Jurídico não é despesa, é investimento.

Temos um campeão! Problemas jurídicos são o que mais motivam empresas a falirem. Por isso, ter um advogado para chamar de seu é imprescindível para o seu negócio.

Brigas societárias, carga tributária em excesso, demandas trabalhistas, problemas com consumidor e fornecedor são alguns exemplos de situações que trazem muita dor de cabeça para o empreendedor.

As regras do jogo precisam estar muito bem definidas. Seja para regulamentar a relação com os sócios, com funcionários, ou qualquer outra pessoa. Por isso, contratos são tão importantes. Negligenciar esse ponto lhe trará problemas sérios. Acredite em mim.

Mas advogado é caro, você vai argumentar. Depende do ponto de vista, vou responder. Mais caro que você perder seu negócio? Tempo e dinheiro investidos? Acredito que não.


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